domingo, 4 de maio de 2008

Pirataria lança filme de sucesso


“Tropa de Elite” (Brasil, 2007) foi o maior fenômeno de 2007. Porém mais um triste episódio da pirataria, que fez o filme chegasse às ruas três meses antes da estréia oficial. Estimativas tímidas falam que cinco milhões de pessoas o viram antes de estrear. E quem não viu, ouviu falar. Alheia a isso, gente de todas as camadas sociais via o filme e falava sobre ele, quase sempre de forma elogiosa. Personagens foram transformados em heróis populares. Diálogos viraram gírias regionais. A obra de José Padilha ultrapassou expectativas e se tornou algo maior do que um simples filme. Virou fenômeno cultural.
A repercussão estrondosa tem explicação. “Tropa de Elite” cutuca simultaneamente duas feridas profundas, abertas desde sempre na auto-estima do brasileiro: a violência e a corrupção. O filme foi gravado no estado do Rio de Janeiro e como em “Cidade de Deus” retrata a realidade das grandes favelas. E faz isso com discurso agressivo, disparando uma reação emocional de impacto em qualquer espectador que já se tenha visto encurralado ou intimidada por uma das duas coisas, que existem em qualquer esquina de todas as cidades brasileiras.

por Julyana Almeida

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